Em 2019, na data de seu aniversário de fundação, Belo Horizonte ganhou um presente sob a forma de um concurso de arquitetura. De abrangência nacional, o certame buscava reunir estudos técnicos preliminares para a requalificação do conjunto histórico e paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro.
Este conjunto, caracterizado pelo maciço arbóreo formado por uma grande quantidade de Ficus de grande porte e copas frondosas, foi acometido por infestações da chamada “mosca-branca-de-ficus”, que causaram desfolhamento e ressecamento de galhos e ramos, levando a um total comprometimento de muitos dos exemplares desta espécie, prejudicando a referência histórico-cultural e o caráter de uso público do local e gerando a necessidade de remanejamento das feiras de artesanato, flores, comidas e antiguidades que aí funcionavam.
O concurso tinha como objetivo escolher uma proposta de custo máximo de implantação de um milhão de reais e que atendesse às diretrizes definidas para o Plano de Revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro, aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte – CDPCM-BH, gerando a valorização do espaço de fruição pública de valor histórico e cultural, representado pelos canteiros centrais da Avenida Bernardo Monteiro.
Segundo estas diretrizes, a proposta deveria, em especial, garantir o retorno dos efeitos de monumentalidade, conforto ambiental e referência paisagística e cultural proporcionados pela presença do conjunto arbóreo de grande porte e copas frondosas, que sempre caracterizou o local, e, ainda, de possibilitar o surgimento, também, de um resultado paisagístico de mais curto prazo, com o uso complementar de espécies de crescimento rápido, visando à geração de áreas sombreadas, até que as copas das novas árvores de grande porte viessem a exercer esta função. Igualmente deveriam ser garantidas condições de viabilidade e sustentabilidade para a implantação, implementação e manutenção da proposta e ser possibilitada a reinstalação das feiras que sempre aí funcionaram.
Sete equipes se candidataram, tendo sido vencedora a proposta apresentada pela equipe ASA, do escritório paranaense Pagus Arquitetura Ltda ME, cujo estudo preliminar foi apresentado em coautoria por André Bihuna d’Oliveira, Mariana Steiner Gusmão, Leandro Vilas Boas e Gabriela Ingrid de Lima. Foram concedidas menções honrosas às propostas apresentadas pela equipe MAHOI, do escritório paranaense Mendes e Predevello Arquitetura e Engenharia Ltda, de coautoria de André Augusto Predevello, Matheus Fernandes Santana e Gustavo de Almeida Beccari, e pela equipe baiana CERNE, de coautoria de Kyane Bomfim Santos, Leonardo Prazeres V. de Souza, Fernando Ferraz Ribeiro e Marcela Carvalho P. Sena.
A Comissão Julgadora, composta por Mariana Guimarães Brandão, Rosiele Fraga Nogueira da Matta, Patrícia de Castro Pretti, Kelle Cristina Moreira de Oliveira e Rosilene Guedes de Souza, considerou que a proposta vencedora se destacou pelo tratamento dado às travessias de pedestre e dos cruzamentos, inclusive com estreitamento de faixas de trânsito, pela conexão sugerida entre o canteiro central com as calçadas dos quarteirões vizinhos e com a praça João Pessoa, pelo tratamento de três níveis de vegetação e pela simplicidade de implantação e manutenção, chamando a atenção para que na elaboração do projeto sejam privilegiadas espécies que apresentem folhagem verde perene, para restabelecer o maciço arbóreo e se considere o piso em calçada portuguesa existente.
Via: Prefeitura de Belo Horizonte